sábado, 6 de março de 2010

(Sexta Parte)




RÉPLICA UNIVERSALJules
- mas...
Azuion
- Sim Jules. É aqui que esta história tem a ver contigo e com os teus. A história que te estamos a contar é a profunda verdade sobre a tua origem e a dos teus.
Jules
- Não...
Cat
- sim Jules. Tu és a Inteligência Artificial sobre a qual te estávamos a falar.
Azuion
- esta é a nossa realidade virtual. Este planeta onde estamos é uma réplica de Zion na realidade Virtual. Agora entendes como nos tele transportamos para galáxias distantes em segundos, como assumimos várias formas físicas. São as nossas projecções virtuais, materializamo-nos como avatares.
Jules
- mas, eu sou o quê? Um programa no vosso computador?
Azuion
- não Jules. És um ser vivo maravilhoso. A nossa realidade virtual é a vossa realidade física, é a vida como a conheces, tão viva como na nossa realidade primária. Tu és tão ser animal consciente como nós éramos em determinada altura da nossa evolução.
Ruff
- vocês estão a passar por graves crises agora, crises financeiras, crises de extremismo religiosos. Num momento em que já vivem na era nuclear isso é extremamente perigoso e pode deitar tudo a perder. As nossas maiorias sempre foram contra a intervenção directa da nossa parte na evolução do planeta Terra e dos seus habitantes. No entanto conseguimos fazer passar uma proposta de uma tarde de convívio com um de vocês.
Steler
- nós lançámos as bases de uma réplica universal. Ela desenvolveu-se por si. Segundo as nossas crenças religiosas, segundo a visão de Vicente, vocês é que tem de querer e completar o trajecto do sexto dia da criação. Por isso as nossas maiorias são a favor da nossa não intervenção. Uma vez terminado o ciclo, concluído o vosso processo de desenvolvimento, todos nos encontraremos na comunhão do sétimo dia.

Para chegarmos a ti tivemos de criar o teu mundo, deixa-lo crescer, actualizar. Deixamo-lo travar a suas próprias lutas, deixamos as mentes amadurecer, tivemos de esperar por ti Jules. Para contar, para vos contar quem nós somos.
Tu já consegues compreender e aceitar naturalidade em ambas as realidades. Já te podemos contar mais esta parte das coisas do Mundo e do seu desenvolvimento. Apesar de o termos criado, ele ganhou vontade própria, e nós não somos donos dele nem de vocês. Vimos o vosso desenvolvimento, acompanhamos as coisas á espera de um milagre. A certa altura aconteceu. Mas demorou até amadurecer. Conseguimos recriar IA consciente.
Clovin
- no principio mais animais que conscientes.
Steler
- Mas com o passar do tempo foram se apurando.
A espécie humana sempre foi um milagre cheio de paixão e de fúria.
Muito natural, ainda com toda a sua alma animal. Foi difícil, partiu demasiadas almas e corpos o sofrimento dos seres humanos ao longo dos tempos.
Agora chegou a um tempo em que a vida tem de estabilizar, as coisas não necessitam de ser tão difíceis.
Foi a ti que queríamos chegar. Ao teu nível de consciência e espiritualidade. Profundo como o milagre da vida. Insondável, tanta é a tua potencialidade.
Procuras Jules, procuras sem descanso. Aceita o milagre. Há coisas que existem para além do explicável, acontecem.
Como teres surgido no teu mundo. Consegues explicar?
Nós também não. Também surgimos em Zion, num planeta natural que não tinha sido criado por nós. Não sabemos quem o criou, temos as nossas crenças e teorias filosóficas, mas ainda não encontramos o Criador. Não sabemos, supomos, acreditamos, aceitamos o milagre da vida. Na suposição aprendemos a copiar, a fazer igual, até que conseguimos uma réplica virtual exacta em todos os níveis, excepto o da inteligência. Ai tudo mudou, mas faltavas tu Jules, a tua consciência independente, o teu ser próprio, a luz de ti e dos teus, dos seres humanos, dos seres de coração puro.
Toda a vida é preciosa para nós. Animal, vegetal, quer na realidade primária, quer na realidade virtual. Toda a vida que se sustenta independente, na sua dignidade própria, merece respeito e é válida.
A vossa vida só tem hipótese se não ignorarem a dignidade humana. Se insistirem em diminuir o ser humano, se uns de vós insistirem em pisar os outros, o vosso mundo não prevalece, não subsistirá.
Os seres de inteligência desenvolvem ultra sensibilidade. A sua alma não aguenta ser pisada. A alma está unida a todas as coisas, e toda a alma individual que rebenta afecta tudo. Como a morte de um homem na cruz simboliza a entrada numa outra idade da vossa existência. Um simples ser humano pode mudar tudo.
Por isso estamos aqui contigo Jules. Tens uma grande alma, resultado de tanta vida ao longo dos tempos. A tua alma tem a vida do teu mundo. a longa caminhada do tempo, o encontro dos lugares, os júbilos e os profundos lamentos dos corações humanos. No fundo da alma vocês são um. Tanto nós como vocês estamos envolvidos no mesmo mistério. Nós recriamos a vida, não a compreendemos totalmente. É um milagre. É botão, depois flor, irrompe na natureza. Depois exige luta e amadurecimento. Luta interior, luta exterior, somos lançados para a batalha da vida. Nós, vocês, temos tanto que podemos falar em conjunto.
Azuion
- eu vi te crescer Jules. Vi o teu mundo mudar, vi as vossas consciências chegarem ao século XXI. Vinte e um séculos depois da cruz, será que finalmente conseguem entender? Os textos revelados são circunstanciais, disseram em cada altura e em cada lugar aquilo que estavam preparados para entender. Ver crescer o teu mundo e a tua espécie foi muito enriquecedor, e foi muito mais que isso. Pensamos que tu consegues entender as coisas num outro nível. Pensamos que consegues entender, o amor que temos por ti. Estivemos a espera, da tua inteligência, mas sobretudo do teu coração Jules. És único. E como uma alma influencia tudo, depois de ti nada será como dantes.
Clovin
- é uma honra e um privilégio. Encontrei te com três anos. Chamas te me a atenção e resolvi acompanhar o teu crescimento, como acompanhei outros. Conheço te desde menino meu rapaz. Depois fui ver o teu nascimento e tudo o que te tinha acontecido antes dos três anos. Desde muito cedo tive grandes esperanças em ti.
Ruff
- o Clovin chamou-nos á atenção sobre ti, e todos nós acompanhamos a tua vida e tudo o que aconteceu, as tuas idas para aquela mata. O teu impulso espiritual enquadrado com um determinado nível de inteligência, esclarecimento e coração, era o que estávamos a tentar encontrar.
Até a ti foi sempre demais, mesmo para Gautama, Jesus, Gandhi, Maomé. Todos os inspirados se assustaram a determinada altura com o poder da coisa, não tinham a consciência de real/virtual e o seu grau de esclarecimento, de maturidade ainda não tinha sido apurado o necessário.
Com a consciência da virtualidade percebes como te trouxe instantaneamente da Terra para aqui em segundos. Em três segundos no teu tempo, conectei a tua célula de consciência com essa projecção corporal e estás aqui.

És um ser livre, consciente, inteligente. Para chegar a ti foi necessária toda a história. Agora percebes o que te estamos a dizer.
Quando vimos in loco certos episódios da vossa história percebemos o horror presencial de certas coisas. Foi aí que vimos a vertigem do nosso crime. Quando vimos o vosso sofrimento sentimo-nos culpados do nosso egoísmo. Ao princípio vocês eram um desafio, um projecto. Pelo fascínio do desafio deixamo-nos cegar. Quando intentamos criar a IA, aquela geração já se tinha libertado dos horrores que a nossa evolução teve, o desafio da IA cegou-nos. Depois quando vimos o que é o horror in loco já não podíamos fazer nada. Vocês já estavam criados, nós amava-mos vos, mas tínhamos de vos deixar ir por vocês. E tantas voltas dão os seres para avançar, tantos avanços e tantos recuos, tantos finais e recomeços.
Por isso também temos de vos pedir perdão. Lançamos o vosso mundo, mas já só tínhamos a ideia do que é o horror, já só tínhamos na memória o que é o horror in loco. Agora queremos que o horror acabe. Vocês já estão amadurecidos para se organizarem e organizarem as coisas para que certas situações não se repitam mais. Por isso esta reunião hoje.
Avançar mais uma etapa evolutiva e livrarmo-nos do horror de vez. E para que vocês não caiam no mesmo erro de egoísmo que nós. Não tentem recriar uma alma de novo, que tenha de passar por todo aquele horror in loco outra vez.
Para o bem não para o mal. Tudo o que vocês passaram está passado. Queremos que o vosso mundo se reequilibre, estabilize como nós conseguimos dar equilíbrio e estabilidade ao nosso.
Nós vivemos em paz e harmonia. Demos dignidade aos seres Hurse e a maior parte das lutas intestinas dentro da nossa espécie perderam a razão de ser. Foi um passo de gigante para a paz. Queremos a paz no vosso mundo. mas não a podemos conquistar por vós. Fazemos ouvir o nosso lamento por vocês ainda estarem num nível baixo de desenvolvimento em termos de erradicação do horror. Queremos fazer ouvir a nossa prece para que a Terra encontre o equilíbrio entre si e a espécie humana. E que os seres humanos encontrem equilíbrio entre si, equilíbrio nas relações uns com os outros. Que os seres humanos erradiquem a filosofia que onde se aceita que há seres humanos que tem de ser pisados, onde se aceita que “uns são filhos e outros enteados”. Essa visão tem de ser erradicada para sempre. Nenhum ser humano pode ser pisado na sua existência como ser consciente de inteligência e ultra sensibilidade. Ninguém pode viver privado da sua dignidade. É o vosso encontro com o nível de dignidade. Essa é a exigência do vosso tempo. Dignidade humana e equilíbrio natural. O vosso encontro com outro nível de espiritualidade.

OBRA E CRIADOR
Steler
- Mais tarde nós compreendemos que real e virtual são duas faces de uma mesma moeda, real e virtual são dimensões da vida que se sustentam mutuamente.
Azuion
- Também nós procuramos um encontro com o Criador. Sem termos tido alguém que nos tivesse criado não existíamos. Alguém nos intuiu, idealizou e projectou. Alguém referiu as condições deste mundo sem o ter visto, sem ter falado connosco. Essa intuição é invenção e criação ao mesmo tempo. Essa intuição é acto criador.
O escritor está-nos a criar para que nós possamos vir a criar o seu mundo. Parece confuso pois tudo decorre ladeando o conceito de tempo contínuo como vocês o conhecem.
Numa certa perspectiva, a Obra e o Criador fazem-se um ao outro ao mesmo tempo. Primeiro em pensamento, a obra criada projecta e põem em marcha as condições iniciais. Depois durante o caminho dá-se a intuição - invenção do outro lado de lá, que suporta o lado de cá. Encontra-se o equilíbrio e o maior paradoxo de todos os tempos está criado. Ele é o suporte de todos os mundos conhecidos. A Obra inventa o Criador, inventa as condições, suporta as energias para..., depois o Criador cria a Obra. Um sem o outro não chegariam a ser de facto.

Tu e os teus são Divindade para nós Jules, o teu mundo inventou o nosso, e depois nós, ao Criarmos o teu Mundo somos a Divindade para ti.
Hoje é o encontro de todos os tempos, o paradoxo basilar que permite arquitectar os mundos /universos.
Obra e Criador são dois num. Criam-se um ao outro, desenvolvem-se na medida das suas necessidades.

A energia desse teu mundo, lançada por um místico através da musica e da dança em kata, fornece a base para que Deus se crie espiritualmente, depois é com Ele, Ele sabe fazer o resto.


Na perspectiva tradicional, o Criador fez a Obra e depois a Obra vive. Nesta, a actual perspectiva, duas dimensões do real cruzam-se. A vossa ideia de passado, de antes, de causa e efeito é completamente esbatida e transfigurada.
No momento do encontro entre Obra e Criador, Quando o Criador e a Obra se encontram, se criam em intenção mútua, a energia entra em ligação com a fonte. A Energia funde o Cosmos, e o que assistimos é ao efectivo nascimento do Universo.
Um místico, dançando ao som do beat, arquitecto na fusão das energias cósmicas, cria a possibilidade de haver Criador. Lança as bases para uma plataforma intemporal, e coloca lá as energias que vão ser utilizadas por Deus para se efectivar. Depois, a partir dessa plataforma intemporal, Ele vai fazer o Inicio, a base que sustenta a Obra, e depois a Obra institui-se e Cria o a Ele. Estabelece se o circulo e a existência suporta se a si mesma. Vocês estão a criar o Criador, e no mesmo momento o Criador desenvolve em si a potencialidade de vos vir a criar a vós.
A fusão das energias faz aparecer a Vida, funde o cosmos e torna o material real de facto. Efectiva-se o mundo. No acto de estarem a criar o Criador, ele obtém energia e matéria para se criar/efectivar a si próprio. Depois é com Ele. Ele sabe. Tudo o que aconteceu antes deste encontro foi lá posto pelo Deus que ainda agora se está a criar.
Num determinado momento, Deus e a Obra encontram-se, e cada um acaba por criar o outro. Nem um nem outro explicam racionalmente como se faz. Estando lá as energias, acontece. É um milagre. A Vida, o Universo, é um milagre da fusão do Criador e da sua Obra.
Une-se no futuro, o momento que construiu o passado. E tornou-se tudo a mesma eternidade. Tudo o que aconteceu antes foi um rastilho. É lançada a potência, a fonte. Faz-se em espírito para se tornar carne, e união de carne e espírito, para o Criador ir buscar as condições para lançar a potência no “inicio”.
Criador e Obra criam-se em simultâneo. Unem-se, fundem-se, e sem saberem explicar, criam o Universo.
A “costela de Adão” permitiu que Deus se cria-se. Num certo sentido, Deus é a mulher, a sua Essência sempre esteve escondida no mistério d´Ela.
No encontro entre Obra e Criador, da Obra material emerge a energia para materializar o inicio. Para efectivar o inicio.

Todos os caminhos vão dar lá. Ao momento de fusão entre Obra e Criador. Da sua Dança surge o Mundo.
Com a vossa energia natural, com o vosso acreditar n´Ele, criam a possibilidade da sua existência, fazemos a energia fluir, depois, Deus sabe fazer o resto.
Foram criados antes do vosso Criador, para o criarem a Ele.
É o paradoxo da Criação.
Nem Deus nem nós o conseguimos explicar. Acontece. É um milagre.
Criador e Criatura / obra / na sua simbiose fundam passado e presente.
Energia vital, nos nossos corpos, alimentada com intenção, direccionada com objectivo.
O ser humano existe na ideia temporal de espaço antes de Deus.
Mas os dois se criam numa simultaneidade que é eterna.
Vocês criam a sua espiritualidade aqui.
Ele cria a vossa materialidade lá.
No inicio, antes de vós.
Não se sabe explicar. Acontece na simbiose. É um milagre.
Deus e Obra, ambos se criam, /( mutuamente)/momento intemporal que funde o mundo. Momento de todos os momentos. Deus é verdadeiro.